Pó de primavera
se um dia essa saudade te visitar
há que despir a tristeza
lembrar nossos poemas grudados
a vida tão resolvida
em nossas canetas embriagadas
dos sorrisos molhando as vírgulas
borrando os verbos
há de remoer o tempo arrastado
dessas margaridas
perder o sono fazendo alvoroço
abrir a porta par o choro ermo
com os braços cheios de recordações
tentará quantificar as vísceras do infinito
tentará não se importar
sem pensamentos; só instituto e fome
vais me matar pela última vez
beijar Judas
sem deixar a saudade envelhecer
Pela metade