Pó de primavera

se um dia essa saudade te visitar

há que despir a tristeza

lembrar nossos poemas grudados

a vida tão resolvida

em nossas canetas embriagadas

dos sorrisos molhando as vírgulas

borrando os verbos

há de remoer o tempo arrastado

dessas margaridas

perder o sono fazendo alvoroço

abrir a porta par o choro ermo

com os braços cheios de recordações

tentará quantificar as vísceras do infinito

tentará não se importar

sem pensamentos; só instituto e fome

vais me matar pela última vez

beijar Judas

sem deixar a saudade envelhecer

Pela metade

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 26/11/2022
Código do texto: T7658687
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