O OCASO E SEUS ACASOS

Havia naquele lugar

um silêncio revelador,

as pequenas criaturas,

tão diminutas,

se agigantavam

na imensidão

do vazio.

A tepidez

do ar,

a eutanásia do sol

o mar, serenamente,

se oferecendo

à iminente lua,

tudo era nada,

nada era tudo

que se precisava ter.

Um átimo,

de eternidade,

um átomo

do universo

bastava a si mesmo.

Coisas apenas

se deixavam existir

na quietude

que o tempo

reservava

e revezava

entre a mudez dos olhos

e a contemplação.

Pássaros voavam

nas estradas

de vento,

pousavam

nas estacas

de paz

e não se via

mais

algo maior

que essa liberdade.

O dia

esgotava-se

na calmaria

das águas,

nada

mudaria

com a

vindoura noite,

nem os versos,

nem as paixões,

nem os cantos,

apenas

a terapêutica

sensação

de reconquista

que cada

por do sol

entregava

ao amanhã.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 02/12/2022
Código do texto: T7663086
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