NAVEGANTE

Penso às vezes que uma palavra basta,

noutras nem um oceano de silêncios ...

A suficiência nunca me

permitiu ter essa certeza,

o vazio sequer

se apresentou por inteiro.

Apenas névoa,

e a pachorra da dissipação.

Nos intervalos das dúvidas,

coloco-me a par das interrogações.

Um verso ?

Uma prosa daquelas bem falantes?

Uma reflexão qualquer?

Talvez todas se equivalham

em seus propósitos.

Enquanto

não tenho a resposta

— quem a terá!? —,

vou ao atracadouro

mais próximo,

abuso-me

nas contemplações náuticas.

Desejo secreto

de ser um desses

veleiros,

ou quem sabe

apenas das

veleidades,

seguir com eles

a algum lugar,

escapulir de mim,

pelo simples

exercício de

navegar,

em ventos,

momentos,

vendo a vida

que

se faz

ou se desfaz

nos movimentos

do mar ...

nos envolvimentos

do amar.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 11/12/2022
Código do texto: T7669786
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