MARES

Ela jogou uma pedra no mar

Mas, não imaginou o profundo

Nunca nadou naquele mar

Somente o viu e não foi ao fundo

A densidade da pedra fez-a descer lentamente

Como quem desce degrau por degrau delicadamente

Mastigou as dores

E vomitou as flores

Passou pelas algas

E enfrentou as trevas

Até que ela chega ao fundo

O profundo

Que é obscuro

Onde o clarão é airado

E a mente é um espectro

Que ela nunca imaginou

Agora será difícil

Tirar a pedra de lá