DESSALINIZAÇÃO

Aquela mulher,

era isso a fazer,

velar as dores,

maternos desígnios,

eram tantas

com teu zelo,

salgava-se,

sequestrava

o desalento

para devolvê-lo em

luz.

Não havia um só

rosto desprovido

da candura das tuas mãos.

Teu sorriso chegava primeiro

com ânsias de apropriação,

era isso a fazer,

remover espinhos,

restaurar perfumes ...

Ela não se furtava

apenas o furtava,

e ia, cada

vez mais,

salgada,

deixando-nos

com a lágrima leve,

de uma

esperança lívida ...

Depois voava,

com suas asas

de anjo,

ávida,

a retirar

o sal do mundo,

e a salinidade das faces

dos seus meninos.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 27/12/2022
Código do texto: T7680434
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