Um Dia de Cão

Canos congestionados,

de decadência burguesa

Bombas d’água cospem ressentimentos,

de anos desconsiderados

Cadeados criam asas,

e somem no véu de chuva

alagadiça,

Que entope minha mente

embotada pelo som que sai

do juke-box esquinal

Quem me dera ter uma espingarda,

para abater os pombos,

vazios de fleuma britânica

Puto! Puto! Puto!

Até que enfim é sexta-feira

Só o amor,

cobre uma multidão de sacanagens