Meu caderno cinza

Tenho um velho caderno cinza

Que abro em noites de tristeza

Tenho uma caneta que pinta

Em linhas, lágrimas de cor preta.

As folhas brancas que ele ostenta

Esperam por um dia que venha,

Um pensamento que desdenha

Lágrimas que só o choro inventa

Tenho caneta preta, sem tampinha

E um sentimento para cada linha

Dói-me o fim de verso em lágrimas

No meu caderno, cinza de rimas

Tenho no fogo do amor a incerteza

E no peito uma dor que maltrata

Mas tenho a minha caneta preta

E brancas folhas num caderno cinza.