FLUXO E REFLUXO

Era ela que

decifrava as cartas,

lia as mãos,

anunciava alvíssaras,

comunicava os lutos,

polia sorrisos,

enxugava lágrimas.

Era ela,

apenas ela,

profetizando o apocalipse,

informando nascimentos,

tendo presságios,

fazendo sufrágios

elegendo destinos...

Já era naufrágio,

antes de ser embarcação,

cicatriz primeiro que ferida

regresso sem ter a partida,

escombros precedendo a demolição...

Imprescindível,

necessária,

tolerável ...

execrável!

Cada qual a tinha

à guisa

das suas enchentes,

e das vazante também.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 06/01/2023
Código do texto: T7688566
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