Corpo Morto

Ainda que haja sangue em minhas veias

As dores passam por mim.

Não sei quando começam,

Tão pouco sei quando terminam.

há noites em que adomeço;

há noites em que padeço.

Se há amor não conheço;

Se me dão amor, não me ofereço...

E se por causa disso há castigo, mereço.

O pecado é uma constante,

As males ações são apenas invenções de uma criança,

Em meia idade.

Mas nessa cidade, ainda que tudo pareça a meu favor,

Não me sinto legal...

Me traio,

Me perco em mentiras,

As vezes, troco o real por fantasia;

As vezes, troco o direito pelo banal.

Nada que não mereça arrependimento total.

Pois sempre há um recomeço.

Mas sei, que nem sempre se deve errar para sempre.

Há gente descontentes,

Há angustias expostas sobrevivendo na ceia,

Não esvicera,

Quero algo normal,

Quero aprender além da boca, como se alivia a alma em brasa,

Como se bebe o veneno sem morrer de moral.

Talvez o meu pecado capital

Tenha um lugar virtual nas tuas entranhas.

Não me assanhas, não me chamas,

Pois ainda não sei como dizer eu te amo nesse natal.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 07/12/2007
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