Para não amar um poeta

Para não amar um poeta,

Tece-se uma rede de espinhos,

Um escudo de sintagmas,

Uma seqüência de nãos.

Fecham-se os olhos à alma,

Bloqueiam-se os prismas noturnos

Que trazem, abraçados ao vento,

Saudades inexplicáveis

E afinidades atemporais.

Para não amar um poeta,

Diz-se não às fantasias,

Banindo-se para um canto d’alma

O encanto com as palavras,

Pendura-se no canto dos olhos

Uma emoção fugidia,

Um desejo descontrolado,

Transforma-se tudo em poesia.

© Shirley Carreira

Shirley Carreira
Enviado por Shirley Carreira em 27/11/2005
Código do texto: T76933
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