Não Vou Morrer

O tempo expira tão rápido

quanto os meus passos, outrora

regidos pelo amor.

Ainda sonho, embora sejam insones

esta longas e úmidas noites

Como se todo o orvalho brotasse

dos meus olhos.

Eu bem sei que não vou morrer,

embora a morte me rodeie.

virarei algo desconhecido - penso e quero.

Mas neste momento acabarão

as tristezas e as dores gementes

do meu peito.

Não mais a solidão ou a inanição...

E sim a mão de Deus que sempre

me guiou.

Eu sei tudo o que vivi

E resignada, me vou,

sem mais angústia e nem erros.

Sim eu vou, pela calma mão, que nunca

me colhia por eu não comprender.

Por eu não aceitar e por não saber mudar.

E esta minha incapacidade há de ser

perdoada.

Amores, eu não os tenho mais.

Meus amigos, ficaram distante.

Irmãos, nem sei por onde andam.

E os meus velhos pais,

pobres pais, esperam ainda o meu

regresso.

Sim. O tempo extingue-se,

a vida se perde, o sonho acorda

e o abandono toma conta da estrada

poeirenta e confusa que há de

libertar-me de todos os erros,

de todos os sentidos...

No exato momento em que a luz

se apagar do meu rosto.

:: Perla Madra ::

Perla Madra
Enviado por Perla Madra em 08/12/2007
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