Não Vou Morrer
O tempo expira tão rápido
quanto os meus passos, outrora
regidos pelo amor.
Ainda sonho, embora sejam insones
esta longas e úmidas noites
Como se todo o orvalho brotasse
dos meus olhos.
Eu bem sei que não vou morrer,
embora a morte me rodeie.
virarei algo desconhecido - penso e quero.
Mas neste momento acabarão
as tristezas e as dores gementes
do meu peito.
Não mais a solidão ou a inanição...
E sim a mão de Deus que sempre
me guiou.
Eu sei tudo o que vivi
E resignada, me vou,
sem mais angústia e nem erros.
Sim eu vou, pela calma mão, que nunca
me colhia por eu não comprender.
Por eu não aceitar e por não saber mudar.
E esta minha incapacidade há de ser
perdoada.
Amores, eu não os tenho mais.
Meus amigos, ficaram distante.
Irmãos, nem sei por onde andam.
E os meus velhos pais,
pobres pais, esperam ainda o meu
regresso.
Sim. O tempo extingue-se,
a vida se perde, o sonho acorda
e o abandono toma conta da estrada
poeirenta e confusa que há de
libertar-me de todos os erros,
de todos os sentidos...
No exato momento em que a luz
se apagar do meu rosto.
:: Perla Madra ::