Cegos em Linhas Retas

E os cegos em linhas retas

Cegos pela cegueira linear pura

Bêbados pela certeza que cerca aniquila afunila e envieza

pelas regras toscas e tantas

E tontas de tão cegas

E tontas de tão certas

E os cegos permanecem cegos

usufruindo de sua própria cegueira

Cegos que seguem bêbados com olhares embaçados prisioneiros e miradores de metas - objetos - coisas abjetas seletivas de mau gosto

No altar mor de sua prisão !

Cegos ! Bêbados! Tontos!

Toscos ! Inertes !

Sem cheiros

Sem cores

Similares aos seus

Tão rotos

Tão muitos sem gozo

sem a pulsação

que move sonhos de manhãs azuis alaranjadas

Esses seres tão distantes dos raros instantes

Onde pulsa o poético

Onde grita poesia

Onde Poeticamente gira em linhas curvas, ondulares, circulares

O gosto da vida que pulsa e grita

em ecos tingindo

as tardes avermelhadas de tão belas

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 14/01/2023
Reeditado em 14/01/2023
Código do texto: T7694962
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