Para acordar a palavra

o frio arde

não cabe direito

entre o dito e o feito

deixa o rio enroscado

em seu leito

a vida se dobra

escorre no arranjo de flores

tanto quanto o perfume

bebem o azul

aquecem uma manhã

o futuro acorda

esbarra no sino

sem saber o rumo

a janela se arrepia

de tardinha a lua

repousa na almofada

no mesmo assunto

não faz caso

do verbo ser

a alcateia de Evas

rasga o perdão

feito manga madura

cheia de dobras

dos sons e dos ventos

fique certo amor

que te bebo

de um gole só

na ressurreição desse copo

passo a língua

no Amém

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 20/01/2023
Código do texto: T7700242
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