FRENTE VERSO — 0h16 —
E viro e reviro e reviro e viro os dois lados
da folha. Num, risco os grafites da cidade,
e no outro, sobre o octógono das palavras,
onde, nas cordas do verso, caço a imagem
dos movimentos camuflados de uma tocata
sem um decibel sequer: nela só há a pausa,
entre o seu próprio silêncio e a madrugada
(da ópera dos galos e dos cães que ladram).