ESTOU SAINDO MUDO

Eu sou um sujeito quase normal, chamo a vida de infinito, deixo pedras pelo caminho, sigo por cordas sem amarras

Sou um poeta estranho, deixo riscos na alma, fogo nos olhos e dragões no quintal.

Faço do eterno um instante, das memórias, faço navalhas e outros traços.

Dia desses, eu soltei monstros pela casa, fiz deles meus guias, tracei um plano sem rumo.

Já passei horas sentindo frio de freezer pra dormir no Everest, deixei o tempo fora de órbita enquanto dançava nas luas de Vênus.

Sou um cara estranho, vejo a vida passar em branco, risco na carne meus poemas e pinto de caos um dia qualquer.

Invento metáforas falando do doce da boca e do fel da palavra.

Por hora, vou sair mudo e escrever uma estória falando de astros na contramão do mundo.