INDULGÊNCIA

Perdoa-me os anos não vividos,

vesti as promessas com uma túnica indevassável,

escondi tão bem o agora,

nunca mais o encontrei.

Não adiantaram as rosas,

o perfume ficava

apenas nas narinas,

se dissipava no esquecimento.

Não posso mais voltar no tempo,

tampouco há de me querer.

É por demais impaciente,

e eu ainda guardo refratárias hesitações.

Me perdoa!

Já é tarde...

Tão tarde!

Vou-me embora

enquanto a cama ainda

me quer

e me permite sonhar.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 05/02/2023
Código do texto: T7712502
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