MADALENAS

Sempre acreditei

nas suas procissões,

nas lágrimas de quem

carrega suas cruzes.

Namoram com elas,

no cortejo,

no cotejamento...

No leito

repousam, impudentes,

no chão,

posam de imponentes.

São as procissões,

as imprecisões

da alma,

as precisões

do corpo,

caminham

segurando os andores,

equilibrando as dores,

nas luas

aliviadas,

nas nuas

avenidas,

ali vadias,

invadidas,

aviltadas,

pela

impudica

caminhada.

Quem não as tem

um pouco dentro de si?

Madalenas..

Vendendo-se,

em alguma medida,

para fingir felicidade,

já outros

comprando‐as,

sem medida alguma,

para fugir da infelicidade.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 06/02/2023
Código do texto: T7712555
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