NAVEGAÇÕES

De supetão, surgiu um vento virado

(no meio de tudo que estava parado

nos andadores da rotina e entrevado

aqui no porão e do seu pau de arara),

e varreu as horas que não passavam.

Foi você, de novo aparecida do nada,

que afinou o surdão desta minha alma,

agora tão aquecida e, pelos poros, vaza.

Meus olhos só alcançam a sua imagem.

Então, volte com as senhas e as chaves,

solte-me de mim mesmo, e sob suas asas.

Assuma o meu leme, e eu o seu astrolábio.