Distopia

Ando precisando me encontrar,

não me reconheço mais no que vejo,

... nem mesmo no reflexo do espelho

Ando cheia de saudades do ontem,

onde eu ainda sabia quem eu era,

... que até os defeitos meus causavam interesse.

Hoje ando perdida dentro de mim mesma,

nessa busca desenfreada pelo melhor...que melhor?

Eu era bem mais feliz, mesmo com minha própria imagem distorcida,

Eu era muito mais eu... e agora quem sou eu?

... um rabisco, um borrão quem sabe,

uma alma presa numa densa distopia,

só que essa que vejo nem de perto sou eu,

nem quem fui...

Compadeco-me da imagem que vejo

Restou-me um vulto cego,

meu distorcido reflexo

... em alguns momentos paro e penso,

em como deveria ter sido

Poucas coisas agora fazem sentido

Não reconheço quem eu me tornei

Às vezes é necessário mudar

... Virar-se do avesso, desmembrar-se

mas nem sempre mudamos pra melhor

Às vezes apenas nos adaptamos...

Não sou uma vencedora, nunca fui

... sou uma sobrevivente apenas,

em passos trôpegos tentando me reencontrar