ALÉM DA VIDA

Fecho os meus olhos

E grito na multidão

Cerro meus lábios à espera

Ninguém me houve

Ninguém me vê

Sinto sozinha a minha dor

Angustiada, olho ao meu redor

Rostos se misturam, alegres ou tristes

Com vozes barulhentas que nunca se calam

Porém, nada falam

Os passos apressados, não param para ver o outro

Para ouvir o outro

Fico ali parada e indago

Onde estão as pessoas

Que fizeram parte da minha caminhada

Que contei os meus sonhos

Que falei dos meus desejos?

Todos se foram, apressados, agitados

Cada um seguiu o seu destino

E eu ali fiquei, só, com minha dor

Dor que somente eu sinto

Com tamanha intensidade que machuca a alma

Que pesa nos ombros

E faz meus pés ficarem cravados no solo

Sem perspectivas, sem destino

Engulo o choro, enxugo as lágrimas

E olho para o céu numa prece

Que cresce em meu peito

Sigo o meu caminho

Com passos incertos, confusos

Pelo espaço, que separa a mim de ti

Vou além da imaginação

Além da vida

Além de mim.

MARIA LUIZA VERONEZE GUARNIERI
Enviado por MARIA LUIZA VERONEZE GUARNIERI em 05/03/2023
Reeditado em 15/04/2023
Código do texto: T7733559
Classificação de conteúdo: seguro
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