VEREDAS

Nas veredas da vida a minha alma não cansa...

Minha paixão aos céus é grata...

Enquanto caminho sobre as pedras caladas...

E todo este feitiço e esse enredo...

Há se essas mesmas pedras falassem...

Contariam as magias, os mistérios e tantos outros segredos...

Viram o nascer e a morte...

O inocente olhar...

O puro e o perverso...

Viram a lua e o seresteiro...

A matrona e o embusteiro...

Viram as mocinhas assanhadas...

O cio dos rapazotes...

Ouviram os gritos de dor...

Sob o fragelo do chicote...

Tanto viram e ouviram...

Mas nada testemunham...

Nem mesmo o sangue...

Escorrendo pela fronte...

Se se pode gritar a Verdade...

Por que escolhida essa sorte?

Minha terra...

Onde tenho o meu pão e a minha casa…

Minha terra onde meu pai nasceu…

Aonde a mãe que eu tive e que morreu...

Minha terra que fala onde nasce o dia...

E que as noites são cantadas...

Minha terra...

Minha pousada...

Onde caminho sobre as pedras tão caladas...

Sandro Paschoal Nogueira

Sandro Paschoal
Enviado por Sandro Paschoal em 15/03/2023
Código do texto: T7740816
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