Louçã

 

Vida, aqui estou a ti mostrar meu corpo nu

Diante do céu estrelado, o cruzeiro és tu,

Não cabe vergonha se és a natureza sã,

Respiro e me movo num peito louçã.

 

Vida, há dias que te afoga em devaneios,

Outros tantos que não terce nesses seios,

Da terra que me toma de jeito e me devora

De perguntas e respostas sobrepostos.

 

Ah! Vida, cruzei o tempo em outras vidas,

Nessa mistura confundo-me mais ainda,

Em ti correntes de amores e histórias perdidas,

Outras de aventuras felizes, liberdades vividas.