Eu vi e ainda vejo

Eu vi o sol nascer e o olhar da vida se pôr,

E a cada dia há algo novo para se descobrir...

Vi a natureza em sua plenitude e esplendor,

E me encantei com sua real beleza a sorrir.

As ruas de cada cidade são um palco,

Onde o cotidiano se revela em cena,

Os olhares vazios, os passos apressados,

A vida é tão imensa nesta alma pequena.

Eu vi a vida passar em minha janela,

E com ela vieram alegrias e dores,

Mas em meu coração reza uma vela,

Que acende esperanças e dissabores.

Há o lírio que brota no delírio da calçada,

Um gato preguiçoso que dorme ao sol,

Uma criança que chora pela madrugada,

Um velho casal radiante como um girassol.

Eu vi a vida: tão frágil, tão triste e breve,

Como um fio de luz que se acende e apaga,

Mas em cada instante, em cada chuva e neve

Há uma beleza que se revela e me afaga.

São esses pequenos e breves instantes

Que fazem esta efêmera vida valer a pena,

São as pequenas coisas burlescas e constantes

Que enchem nossa alma de uma paixão plena.

Eu vi a cidade crescer e se expandir,

E em seus prédios cada enredo se esconder,

E em cada canto há um pouco de mim,

E de cada um que sonha, luta e quer viver.

Assim, eu me deixo levar pelo dia a dia,

Observando cada detalhe com carinho,

E de cada verso escrito fluem sangue e vinho

Que nutrem as motrizes raízes de nossa alegria.

Eu ainda vejo a vida passar, serena e voraz,

Como um calmo rio seguindo seu destino.

Aprendi que a chama da vida é forte e fugaz;

Vede, menino: viver é belo com todos os desatinos.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 26/03/2023
Reeditado em 08/04/2023
Código do texto: T7749443
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.