Passou


Era uma casa modesta, era um futuro incerto...
Lugar simples, bairro pobre.
Rua de terra batida... Esgoto a céu aberto.
Nos cômodos de tábua corrida,
O chão de cimento liso,
Telhado de folhas de zinco e era feliz minha vida.

Criança  de poucas vaidades, olhos de muitas vontades...
Quando desprendiam dos cachos, corria a catar os coquinhos,
Que forravam de amarelo, os canteiros dos velhos buxinhos.
Das brincadeiras me lembro, sempre no cair das tardes,
Reunida, a criançada, a vila ficava tomada.
Era um corre-corre tão grande, como fosse uma revoada.

Sentar-se sobre as calçadas, ciranda de roda no chão,
Céu de azul infinito, pureza no coração.
A vida passa ligeira e anos se somam à idade...
E a gente morre por dentro,
Morre, de tanta saudade...