Era uma fez...

Era uma vez...

Uma terra divinal

Habitada por índios

E descoberta por Seu Cabral,

Este não era boa bisca

Pois já diziam na corte real.

Os portugueses cá chegam

Encantados logo ficaram,

Então a história começou

Nesse chamado Novo Mundo

Povoado por Tupis-Guaranis,

Jês, Caribes e Arauques.

O grupo Jê era integrado

Por Botocudos, Cariris, Timbiras,

Poucos caiapós eram desse grupo

Como disse Karl Von Den Stain

Nos seus cadernos de estudos

em 1833 sobre o povo indígena.

E não parou por aí...

Pois o holandês continuou

Falando do grupo Caribe

Que migrou de certo

Para Mesbla Continental

Hoje denominada d’America Central.

O grupo Aruaques possuíam na verdade

O maior grupo linguístico

Deste vasto litoral,

Mas, a língua mais falada

Era o Tupi-Guarani

Que era algo sem igual.

Os índios eram surpreendidos

Pelos colonos nas matas

Que os aprisionavam

Como mão-de-obra escrava

Porque diziam eles

Ser por necessidade.

Nossos índios viviam em ocas

Da caça e da pesca

Da coleta das frutas

E das plantas silvestres

Como mostrou Hans Staden

Em suas gravuras da data de 1554.

E a história segue com seus tropeços

Nos trazendo entendimento cultural

Por isso eu vos conto em cordel

Da conhecida realidade passada

Por ter sido, no entanto, um desastre

Que permanecera sempre do nosso lado.

A revolta indígena não apagara o mássacre

Porque eles lutaram nas terras de Vera Cruz

Contra a dominação portuguesa

Através da Cofederação dos Tamoios

liderado por Cunhambebe,Tibiriçá e Aimberê

que no final foram derrotados.

No sudeste do Brasil onde tudo ocorreu

Trouxe um acordo final dessa tal insensatez

Mas, por fim deu-se o domínio português

Por não cumprirem o acordo que fizeram,

Conquistaram assim muitas terras

Dos índios agora colonizados de uma só vez.

Se muito eu falar não vou terminar

Cultura indígena até hoje está presente

Nos nossos costumes E inserida na culinária,

Língua e vestuários de toda pátria amada

Que por é conhecida de terra prometida.

Hoje, de certo existe

Muitos povos indígenas

espalhados pelo Brasil

Onde outrora fora

Terra de Vera Cruz.

Agora eu vos falo

Do tal Tomé de Souza

Fundador de Salvador

E construtor de cidades

Que permitiu solenemente

A entrada jesuítica.

Eu só não falarei

Do Men de Sá

Nem do Duarte da Costa,

Pois não quero me estender

Prefiro a veracidade

Da nossa história.

Por outro lado vos conto

Que Mina, Quiloa e Manjola

Angola, Benguela, Rebolo e Congo

Foram os Bantu,

Retrado nas rugendas

De um certo europeu.

A Mão de obra indígena

Não valia muito mais...

Então a coroa portuguesa

Com seu comércio triangular

Trouxe os negros nos seus naus

Para aqui escravizar-los.

Eles eram bem mais forte

Muito mais do que os índios

Sofreram a penosa travessia

Nos navios negreiros

Rumo à Salvador, Rio e Recife

Escravizando uma cultura que nunca morreu.

Os negros eram utilizados

Nas lavouras de cana de açúcar

Nas cozinhas e nas minas...

Sofrendo terríveis castigos

Açoitados pelo brancos

Que rezavam para virgem Maria.

Eles vieram do Guiné

Ficando na Bahia

Do Gongo e d’Angola

Para Recife e o Rio

Sofrendo noites de frio

Nas senzalas que dormiam.

Alguns fugiam da opressão

Para as florestas escuras

Com índios junto ficavam,

muitos quilombos se formaram

através do líder Zumbi

Desde as bandas de Palmares.

Agora estou fatigado

E não quero mais dizer

A estória dessa Brasil

Para eu não enlouquecer

Vou deixar para falar

Numa próxima vez.

Esse meu cordel está rimado

Em verso e prosa

Qualquer literário sabe

Que eu não vou segui regras

Pois é muito enfadonho

Ditando dois, quatro e seis.

Em verdade vos contarei

Sobre a história literária

Que os jesuítas trouxeram

Como literatura informal

Para vivenciarmos até hoje

O chamado Brasil.

No princípio foi em Portugal

Depois o informativo

Que era sempre falada

Por cartas não-literárias

Para o povo lusitano

Dessa terra à vista.

A literatura jesuítica

Catequizava os índios

E tinha como objetivo

Informar características

Em forma de documento

Sobre o Brasil presente;.

Houve dois homens

Chamados pelos nomes

Pero Vaz de Caminha

Pero de Magalhães Gôndavo

Todos Jesuítas

Da companhia de Cristo.

Depois, muito depois...

Veio Padre José de Anchieta

Com sua obra estupenda

“Diálogo Sobre a Conversão do Gentil”

Falando sobre a catequese

Dos índios tupis-guaranis.

Esse Padre José de Anchieta

Era muito erudito

No poema à “Virgem Maria”

Escrito em latim

Dele era o mais famoso

Por ser belo por demais.

Pode-se dizer que Anchieta

Foi poeta brasileiro

Por sua obra escrita

Em galego-português

Do “Santíssimo Sacramento”

E da “ A Santa Inês.”

Então agora eu explico

De maneira até didática

Para melhor compreensão

Dos período literários

Sendo primeiro trovadorismo

Em seguida o romantismo.

Vale ser lembrado

Para não haver confusão

Pois, da literatura da informação

Aproxima duas nações

Uma antes colônia

Outra colonizadores.

Agora vos direi

Sobre como se formou

O período literário

Para saberem melhor

escutem o regado.

Da literatura da informação

Eu já vos falei no começo

Por ter sido uma missão

agora pode ser o Barroco

arcadismo e romantismo

realismo e naturalismo...

parnasianismo falar-vos-ei

e depois o simbolismo

e todos os ismos direi

pelo Pré-Mordenismo

além do Mordenismo

até 1922 e anos depois....

Introduzido no Brasil

O barroco cá chegou

Refletindo Portugal

Como produção cultural

Retratando a solidão

Entre a fé e a razão.

A linguagem rebuscada

Na sua ambiguidade

Utilizava figuras de imagens

Como metáforas, antíteses

O paradoxo e sinestesia

Como produção literária.

Entre a fé e a ração

Expressando a solidão

O barroco assim o foi

refletindo os portugueses

E não priorizando o não-objetivo

O inconsciente e o não-palpável.

Genuinamente brasileiro

Tenho em mente

Gregório de Mattos

Um baiano da moléstia

Chamado de o boca

Pela era danado.

Se a vertente barroca

Teve suas contradições

Ah, pois... tudo era rabiscado

Como teocentrismo

E o antropocentrismo

Como herança cultural.

De fato, Anchieta

Teve sua parte importante

Nesse período de linguagem

Mas, todo fato existe

Quanto escrito está

O nome Gregório de Mattos.

Esse baiano maravilhoso

Foi tesoureiro da Catedral

Na cidade de Salvador

Onde também vigário foi

Da diocese baiana

com pombas e mimos.

Considerado o melhor

Poeta barroco ele foi

Com seus poemas satíricos

Exilou-se em Angola

Porém a sua obra lírica

Têm poemas religiosos.

Em Angola apelidaram-no

Do “Boca do Inferno”

Por causa dos satíricos

Poemas de sua vida

No satiricom exílio

Escritos foram lidos.

Ah, o arcadismo

Chama racional

Em busca da Luz

Desse tal iluminismo

Em pensamento raiado

Do homem tal guerrido.

O iluminismo disse:

“Chaves do mundo.”

Está formada a opinião

Que sem ciência e razão

Não há compreensão

Isso é o arcadismo.

O árcade do bucolismo

É sem duvida pastoril

Chamada de neoclássica

Dava aos homens tema

Com predomínio lógico

Na presença mitológica.

Eu sou da natureza

Da vida valente

Que gera gente

Fazendo-se poema

Nas sombras celestes

Dos mares revoltos.

Eu sou Sérgio Gaiafi

E sou escritor

Gosto de Alvarenga

O Silva de Ouro Preto

Que formou-se em Coimbra

E escreveu Glaura.

Ó Claudius Manoel da Costa

De Minas Gerais tu fostes

Nascido e criado até instaurares

O arcadismo no Brasil por amor

Já que em Coimbra lançastes

Com pseudônimo as obras poéticas.

E tantos vultos mineiros

Sempre com pseudônimos

Lançaram obras arcádica

Pelo Brasil e o mundo

Mostrando-se presente

Com outros compatriotas.

La´vem chegando

O romantismo nosso

Para alegrar de certo

Os meus dias d’aurora

Porque sou brasileiro

Filho da Nossa Senhora.

Que período literário

Foi o romantismo

Com a ascensão

Da burguesia de classe

Que dominava todos

Após Revolução francesa.

O cristianismo medieval

Teve grande influência

Com emoção de coração

Vez de certo diferença

Centrando sempre o “eu”

Para melhor retratar o ser.

No Brasil coincide

Com a independência

Valorizando assim

O caráter patrimonial

Sobre tudo o indivíduo

De aspecto evidente.

A poesia indianista

Poesia lírica amorosa

Pessimismo extremo

Como mal-do-século

Sertanismo sobre tudo

Pau, pandeiro e viola.

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 30/03/2023
Código do texto: T7752508
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