DISSONANTE

DISSONANTE

Acendo a luz e amanheço

Embora seja madrugada

Deitado permaneço

Pensando em tudo e nada

Contudo o nada parece ser tudo

E o de nada de obrigado

Por ainda respirar e suspirar

Na cama partilhada

Quando amanhecer de verdade

Começarão as mentiras

Espalhadas aos quatro ventos

Nas estações de comunicação

A Babel desperta sempre insana

Com suas orações profanas

De sagrado apenas o céu

Agora azul de brigadeiro

Apenas luz sem cheiro

No plano até onde a vista alcança

O mundo naufraga em lambança

Seja no lado das consoantes

Onde línguas dissonantes

Gritam GUERRA

A todo amanhecer

Enquanto há TERRA

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 10/04/2023
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