O Senhor das hortaliças
És bravo como um cajado de sermões caro Blasfemo
Não entendes a alma da verdade no ser homem?
Perduras a entender que és feito de trigo?
Não faça me descredo, tu amassas o que come
De biles inflamadas ao enfermo da pele
Curei os demais guerreiros da verdade
Não empunho espada nem ferro
Sou chamado Senhor das hortaliças
Rei da liberdade
Cultivo meu saber, cultivo o viver.
Sou mãos que curam, sou mãos que falam.
Andarilho do dia, guardador do repúdio da vida
Contenho amor e os demais atalhos
Sujo me de sangue
Vou até a morte se puder
Nada vale mais na vida
Que um ser vindo de uma mulher
Passam horas e meu dia não termina
Esse é meu dia que custa a passar
Passo horas brigando com a vida
Para a morte não o levar
Não me importo com o passado desta criatura
Sei que vive em algum lugar
Se mata para satisfazer a vida
Uma sombra há de brilhar
Se é guardador da lealdade,
Leão do ninho,
O faço rei para seguir seu caminho
Se tem o bom coração, a se os homens o tivessem,
Guardarei seu sangue até minha última primavera
Só não matarei de fome nem dor
Aqueles que almejam a vida
Esta, por sua vez, que não encanta o ser homem
E o iludi a viver uma colheita de excretas