OUTONO DA ADAGA

Convidemos o mal

Para as bodas da Inocência,

Esmaguemos as uvas

No breve lagar da aurora

Pelo discernimento

Possível na alegre fúria.

Já não faremos mártires,

Órfãos da piedade alheia

Às portas do Sagrado,

E mal deixaremos rastro!

Instruídos na guerra,

Temos o vírus da terra.

Falésias presunçosas

E o que dali descartamos!

O escoar dos grãos de areia

Não nos intimidará

Pois nosso é o tempo exato

De amar e de aborrecer,

Nossa é a efígie da glória,

Nosso é o trunfo da verdade.

Inalemos o sal

Do outono junto ao Atlântico,

Sobreviventes, loucos,

Magos, déspotas, hienas,

Vultos sem rosto em sonhos

E delírios coletivos.

Eis o porvir da adaga,

Eis as crianças proféticas!

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 20/04/2023
Código do texto: T7768394
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