Á luz do dia

No século 21/

Já é comum/

Revirar as latas/

Comer restos apodrecidos de lixo/

Dormir embriagado em qualquer/

Segunda feira/

Andar na rua sem assistir brincadeiras/

Andar sem querer/

Já é comum viver a miséria/

Criar seus filhos nessa via férrea/

Que ninguém respeita/

Se não for mais violento que você/

É por isso, que idolatra-se o caos/

Cultua-se o crime/

Prostitui-se a beleza/

Alija-se a justiça/

Tudo é tão normal/

Que celebridades ditam a moral/

Tudo é tão normal/

Que a corrupção é verbo nacional/

Enganar o povo/

Sufocar as lágrimas/

Comer a fome/

Nem ser mais homem/

Na cidade onde tantos dormem /

Já é comum/

Ser alucinógeno/

Pra não sentir a dor/

Pra não sentir a culpa/

Querer viver a vida em celas/

Porque matar ou morrer/

É ignorar o sofrer/

O amor é folhetim do passado/

Um legado ultrapassado/

Que a revolução do sexo pelo sexo/

Faz valer por apenas sentir o prazer/

Do padrão orientado/

O prático é viver a vida a doidado/

Desiludir a hipocrisia /

Racionalizar a insanidade/

Pra curtir o que é próprio do ser/

Afinal somos /

Ou não somos animais/

A merecer /

Só não me pergunte/

O por quê de procurar outros mundos/

Se nem sabemos cuidar/

Da nossa terra/