Não há nenhum poema

Não há nenhum poema

Na rede que balança

Na pedra que se desloca

No passo do abandono

Frio bronze dos enganos

Roto amor desenganado

Arfando ao frio

Os olhos que em brasa

Procuram outros olhos

No pátio das prisões

Trama-se a liberdade

Alça-se o voo

O morcego duro e frio

No alcance das metralhadoras

As mães olham seus filhos

Perguntando calados

O que lhes reserva

A estrada

Onde os poemas

Não tem entrada?

Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 28/04/2023
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