A Altivez do Pavão 

 

Deixo o mel escorrer da boca

Deixo o gemer tomar a tarde tosca.

A navalha corta a carne viva 

O desejo fere, escraviza mas salva.

 

Os pés tropeçam a cada pensar,

O cantar estridente chegando no ar

Na altivez do pavão a luz no alto

A beleza do olhar fixo no salto.

 

O beijo sem o sabor da entrega,

Tudo no quadro em preto e branco,

É idêntico ao português arcaíco

Tão inalcançável, poda, alimenta e rega

Dentro da forma de um arquivo místico.

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