Cinderela

Na porta aberta\

De um segundo\

Na tua vida entrei\

Mal te enxerguei\

Tu ali, já a esperar\

Vestindo azul\

Batom vermelho na boca\

Unhas preparadas pra esviscerar\

Uma palavra pra qualquer altar\

Sob um vago olhar\

Ficaste a me observar\

Do chão que estava\

Vi ali, qualquer coisa\

Beleza forjada na necessidade do estar\

A dizer-me sem muros/

Dá-me o que quero\

Que tudo o que imaginas\

Farei sem hesitar\

Assustado no clouset\

Consegui até te beijar\

Sentindo o teu cheiro no ar\

Só não sei de quem vou falar\

Porque se tua boca me tocou\

Se o teu corpo me aqueceu\

Não foram sob o mesmo olhar \

Das tuas palavras\

Seco entrei e vazio sai\

Até procurei me encontrar\

Mas as estradas /

Dos teus olhos estavam secas\

Tudo o que eu queria não sentia\

Tuas mãos frias ao me carimbar/

Me feriam\

Teus pensamentos opacos\

Nada transmitiam\

Apenas tua voz ocupou\

O espaço de onde eu acuado\

Até sorria\

Por que existe você\

Pensando, me vi na resposta\

Porque... eu existia\

Como entrei sai\

Entendendo você\

Apesar de mim\

Como sendo especial\

Uma moça perdida/

Procurando se encontrar/

Com ideologias poentes/

Sob uma alma carente/

Que não enxergava o caos do abismo/

Um fim no começo\