Tristeza
Aqui nesta terra desolada
Paira no ar um silêncio soberano,
Que não suporta o ser humano
Tristeza assim toda empoeirada.
Empoeirada pelo vil engano
Da treva que não traz alvorada,
E deixa aqui no chão esparramada
Apenas ilusão da dor do desengano.
Livrar-me dela quem me dera
Cortar seus malditos laços
Que em cela fria me encarcera,
E morresse em mim esta besta fera
E tendo livre os meus braços
Pudesse então abraçar a primavera.