Miséria
Tocaste a minha porta miséria
Sem pétalas como o branco lirio,
Que açoitado pelo vento do martírio
Vê-se ao chão em palidez funérea.
Meus olhos ja não tinha a luz do círio
Diante dela, ali parada e séria
De pele desbotada de cor cinérea
A face cuspida do próprio delírio.
Com o braco esquelético estendido
Disse - Vem para fora que eu te espero
Quanto ao tempo, a mim não importa,
Respondi com olhar altivo e ofendido
- Rejeito-te e teu abraço não quero,
Dei as costas, e feliz tranquei a porta!