Luz do Mundo

Queria deixar claro/

O não conhecido/

Mas é inimaginável o nascido/

De tão divino, que é o permitido/

Sob tuas mãos frágeis/

Tornar possível e refinar a única/

E perfeita obra humana/

Um prazer na dor, de um grito/

A razão desse mito/

Que só pode ser/

Uma abençoada trindade /

Pra se ter essa simetria/

De amor e alegria/

Quando nasce a cria/

Tão sensível como indefesa/

Quando acende os olhos no colo/

E sente a fome do mundo/

Sem entender a razão, os sentimentos e os segundos/

Só identificando a energia/

Que envolve o ar, pelos sentidos/

Não sabe os dias, em momentos/

Nem segundos/

Do gosto fecundo/

Do âmago da vida/

Muito menos que tu mulher/

Ao dizer sim ao teu homem/

Assumistes pela tua parte fecundar/

Dores promissoras de um sentido/

Que tantas vezes/

Sob o embalo do luar/

Te faz abdicar  do cansaço pra cuidar/

Te faz esquecer  as tristezas e lagrimas/

Pra aliviar as dores da molestia/

Do teu pequenino/

E sobretudo manter viva a chama da existência/

Por passares horas a ensinar /

Que o amor é essencial/

Pra existir e comunicar/

Do primeiro ao último passo de vida/

Em qualquer futuro/

Não podes mais ser só a atriz/

A musa das flores/

E sim a força motriz/

És mais do que diz/

Mais do que mera lembrança/

Festejos ou ensejos a danças/

De apenas umas horas/

Um segundo domingo/

Na rotina dos anos/

Permitida até o final do dia/