Carência
Delicado ópio
No ócio de meus dias
Frias as mãos;
O peito não.
Sem estar sóbrio,
O óbvio deixa de existir
E a partir daí
Logo sou solidão.
Castelos criados
Presente, passado
Em piscina afogado
Por águas que crio.
Mal administrado,
Perco meu reinado
E então sem trono,
Imensurável vazio.
Delicado ópio
Que me tem tão cego
Ego em disfarce
Homem sem razão.