Antítese

Permito que o universo afague

Este peito tantas vezes refém

Antes que a vida se apague

Inúmeras faces de todo desdém

À sombra do nada paira o tudo

Ainda assim permito e sobrevivo

Nescio caminho, passos curtos

Não sei onde vou, apenas sigo

Às voltas com tantos desencantos

De tanto sangrar, sofrer, chorar

Amortecendo as quedas e prantos

Mergulhei no abismo, deixei-me naufragar

Quem sabe o universo segure minha mão

Em desespero tentando me encontrar

Permito sim, a constância de tudo

Mesmo no vazio tão intenso e gritante

Na antítese voraz desse meu mundo