Nada

Neste poema, não vou falar do amor,

nem da saudade, nem da angústia que tenho.

Nada a dizer, nada de novo pra por,

nem pra falar da cidade donde venho.

Não cantarei o belo brilho da Lua,

nem das estrelas, nem do Sol, nem de Vênus.

Não haverá versos mal cantados na ruas,

sem sentimentos, nem mesmo os mais plenos

Nada direi sobre o aroma das rosas,

nenhuma frase, nem palavras em vão,

nem da beleza das mulheres gostosas.

Nego também qualquer ardente paixão.

Este poema, meu tão caro colega,

o que dizer desta obra mal acabada?

Nega e renega, mas no final se entrega

que eu, simplesmente, nunca quis dizer nada.