NOITES NUAS

Vejo minhas noites nuas de esperanças,

Com a estrela guia vagando vacilante,

À deriva, no breu caótico das lembranças,

Que transigem, por afeição angustiante.

Ouço minhas lágrimas frias, delirantes,

Verterem copiosas por face fossilizada,

Preservada na aurora de bons instantes,

Que inundam a dor, quiçá bem cicatrizada.

Sinto minhas batidas do coração acelerarem,

Com expectativas de ajustar os desamores

Indecisos, que deixei sem cuidados passarem.

Oportunidades postergadas: hoje meus horrores.

Vejo minhas nuas noites de perseverança,

Com a lua nova alumiando meu instante

De catarse, contrapondo a vil insegurança,

Que transmuta, por desejo bom, excitante.

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 28/05/2023
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