Do futuro

Não tenho anseios, não tenho o futuro.

Somente costuro retalhos sonhados.

Mantenho-os, tão tristes, sós e incertos,

Em olhos desertos, em mim aninhados.

Calco um caminho tão cheio de curvas

E em águas tão turvas jaz submerso,

Um sopro cortante em forma de rito,

O eco do grito, meu morto universo.

O sonho de ser pleiteia-me em viço,

Que afogadiço transcende-me o muro,

Busco infindo vive-lo e, sem meios,

Afogo em receios...não tenho futuro.

Myrna RRP
Enviado por Myrna RRP em 15/12/2007
Código do texto: T780065