Identidade

Este verso abstrato que carrego no peito,

Cansado sem leito, frio, divinal.

É da alma alimento, do corpo o manto,

É um lúdico canto na luz do umbral.

Só assim eu encubro de forma rasteira,

Minha alma faceira e meu riso flamante.

Dou forma ao medo ao sonho e a loucura,

Ao mal que perdura e me faz sitiante.

Desnudo das chagas minha fome tétrica.

E em oração métrica a vida me acena:

Para calar dos sepulcros o longe ruído,

Para secar o fluido que na alma envenena!

Myrna RRP
Enviado por Myrna RRP em 15/12/2007
Código do texto: T780070