SOLETRAÇÃO

Por ti,

e apenas por ti,

cultivei-me

em esperas,

me fiz semente

no solo

de possíveis solidões.

Não me ofertei,

com isso,

às áridas ausências.

Recolhi-me

à fertilidade das esperanças

às avessas e nas avenças

das resignações.

Do verbo,

não quero que me

conjugue

em nada mais do que o desejo,

quero ser seu

cônjuge,

sonhando com o invisível beijo.

Nesse imaginário,

onírico dicionário,

quero ser o infinito

para não lhe consumir, breve,

em efêmeras pronúncias,

mas

aprender a desperdiçar-te

apenas com o meu interminável soletrar.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 30/05/2023
Código do texto: T7800781
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