O UIVO DA LOBA
Tremei terra, evadi-vos montanhas, jorrai
vossas lavas, vulcões! O primevo grito do cio,
toma o éter, enxuga as águas do rio
e em rito brâmane de Shiva, ecoa seu ai!
É a loba, é a fera; o feitiço, o maldito e bendito
das religiões, o eco profundo da terra, a dor
do parto findo no uivo que liberta a força,
apronta a forca e a enfeita dos seus dentes;
dos da loba que ferve o desejo nas entranhas;
no mais profundo da poção que lhe toma o corpo;
que o incha pro receber;
que do gozo quer-se embeber!
São José, 28/11/2005 – 23:29h