Introspecção
Choro e o choro asfixia em meus ombros,
Transforma, transcende, torna-me tétrica.
Meneia meus dedos, minha veia métrica,
Escava-me o espírito, esteia os escombros.
E dentro delego os loucos assombros.
Espreito, enlevo, entendo-me elétrica,
E viso minh´alma arquear, isométrica,
Os versos afásicos, perenes, ensombros.
Busca, a vertigem de ocre, um trejeito,
Para arrebatar-me a insone pupila,
E abrir para a luz meu asmático peito.
Viso a paixão, que meus sonhos anila,
E embargo da vida o ansiar rarefeito,
Em ater a pureza que o mundo aniquila.