Introspecção

Choro e o choro asfixia em meus ombros,

Transforma, transcende, torna-me tétrica.

Meneia meus dedos, minha veia métrica,

Escava-me o espírito, esteia os escombros.

E dentro delego os loucos assombros.

Espreito, enlevo, entendo-me elétrica,

E viso minh´alma arquear, isométrica,

Os versos afásicos, perenes, ensombros.

Busca, a vertigem de ocre, um trejeito,

Para arrebatar-me a insone pupila,

E abrir para a luz meu asmático peito.

Viso a paixão, que meus sonhos anila,

E embargo da vida o ansiar rarefeito,

Em ater a pureza que o mundo aniquila.

Myrna RRP
Enviado por Myrna RRP em 16/12/2007
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