Meus olhos têm catedrais

Meus olhos têm catedrais, alegorias,

Submersas na quietude das ilusões,

Envoltas por mil versos e canções,

Escoradas por mil forças arredias.

Meu corpo tem cicatrizes, anemias,

Anos luz de selvagens solidões,

O segundo eterno de áureas paixões,

E a nudez opalina das nostalgias.

Meu peito tem a bélica quentura,

Das guerras firmadas pelo empenho,

Ornado por meus ecos na clausura.

E no espírito etéreo só o que tenho

Além do marejar em bruma escura,

É o augusto sol ardente deste engenho.

Myrna RRP
Enviado por Myrna RRP em 16/12/2007
Código do texto: T780774