Meus olhos têm catedrais
Meus olhos têm catedrais, alegorias,
Submersas na quietude das ilusões,
Envoltas por mil versos e canções,
Escoradas por mil forças arredias.
Meu corpo tem cicatrizes, anemias,
Anos luz de selvagens solidões,
O segundo eterno de áureas paixões,
E a nudez opalina das nostalgias.
Meu peito tem a bélica quentura,
Das guerras firmadas pelo empenho,
Ornado por meus ecos na clausura.
E no espírito etéreo só o que tenho
Além do marejar em bruma escura,
É o augusto sol ardente deste engenho.