( Manoel de Barros essa voz que  infinita)

 

 

  ...  quando o poeta é sagrado

  seus versos bíblicos

  pasmam estribilhos cósmicos

  o galo acorda o mundo laranja

  a aranha  tece a meia-noite azul

  o grilo espouca e estremece o verde

   ele tem voz de hortelã

   Manoel é  um pássaro 

   um grilo um assovio de troncos

   escreve salmos na lagoa

    dos ventos 

    capina as nuvens

    tocaia violas 

    em monocórdio e como

     Pitágoras sincroniza 

     a música do cosmos 

    de qualquer cético

    que nao le na grandeza que estarrece

    o versos maiores das miudezas

    debaixo do rio