Ao poeta de Sapé

Caríssimo poeta amigo dos vermes e da morte

Cujo verbo divino rompe lápides e tumbas,

Exumando do íntimo horror as catacumbas

Expondo da humana gente a malfadada sorte

Augusto, como augustas eram as velhas deidades,

Desnudaste o horror e dele revelaste o belo

Afrontando intimorato do Ceifador o cutelo

Com tua incomparável e absurda genialidade

Dos Anjos és, decerto, posto que o teu olhar não recua

Mesmo ante a dantesca visão da matéria nua

Que aos meros mortais infunde acerbo terror

Ofereço estas modestas linhas a ti, poeta extremado

Cujo inigualável versejar fez em mim despertado

Pela poesia das sombras o mais sincero amor...

Alan Thanatos
Enviado por Alan Thanatos em 13/06/2023
Código do texto: T7812424
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