De e por ti

Segunda-feira:

Um dia qualquer,

Desespero que quer

Estampar nesses rostos uma grande olheira.

Noite de domingo pra segunda-feira...

Tristes horas que passam faceiras,

Que nos rouba a doce bobeira,

Que nos deixa de herança a olheira...

De e por ti pensar;

De e por ti beber;

De e por ti brigar;

De e por ti morrer;

De e por ti sair,

Às quatro e meia da madruga;

De e por ti chegar,

À minha doce arapuca...

Onde a me esperar, qual mel,

Deleita no meu prazer o teu prazer.

E, tal qual doce fel é me a hora

Em que volto a dizer,

Até logo.

Vicente Freire – 30/05/1983.