A primeira perda
__Pra que nascer
Se depois se morre, papai?
Perguntou com os olhos marejados
E na cara a incompreensão própria
Da ingenuidade infantil
Incompreensão que não se desfaz
Com a chegada da maturidade
Apenas disfarça-se
Com falsa astúcia nos olhos
O pai olhou para a filha
Atônito e compadecido
E continuou a cobrir
Com terra úmida e vermelha
E a pergunta tinindo na cabeça
O corpo gélido de Dingo.