Cúmplice

Sinto as ervas daninhas crescerem

nas bordas do meu coração.

Meus olhos fatigados encaram a farça,

sombra projetada pela aflição.

Sigo a cobrir com tecidos curtos

os olhos lacrimosos e a tergiversação.

Afogo em fantasia toda a realidade

para calar a voz que me diz não.

Mas não importa o quanto morra,

no fundo da xicará estará a borra

da verdade amarga que tanto ignorei.

Quebrarei a porcelana, meu bem.

Aproveite e corra.

Finja que não sabe o que já sei.

Eduardo Becher
Enviado por Eduardo Becher em 30/06/2023
Código do texto: T7825758
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