Cúmplice
Sinto as ervas daninhas crescerem
nas bordas do meu coração.
Meus olhos fatigados encaram a farça,
sombra projetada pela aflição.
Sigo a cobrir com tecidos curtos
os olhos lacrimosos e a tergiversação.
Afogo em fantasia toda a realidade
para calar a voz que me diz não.
Mas não importa o quanto morra,
no fundo da xicará estará a borra
da verdade amarga que tanto ignorei.
Quebrarei a porcelana, meu bem.
Aproveite e corra.
Finja que não sabe o que já sei.